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12 julho 2013

Doar-se

"Sempre fui de me doar. Ouvia, ajudava,
consolava, me importava. E não foram poucas
as vezes que, mesmo em segredo, eu deixava
de pensar na minha vida pra ajudar os outros.
Em segredo, explico, porque não acho que
preciso de medalhas, prêmios ou troféus. Se eu
faço, é de coração, sem esperar reconhecimento
do outro. Mas, perdão, eu sou humana e sinto.
O mínimo que a gente espera é gratidão.
Aprendi que ela nem sempre aparece. Aprendi
que às vezes as pessoas acham que o que a
gente faz é pouco. Por tanto aprendizado, acabei
descobrindo que é melhor eu cuidar mais da
minha vida e menos da dos outros. Não quero
morrer santa, quero morrer feliz. Então, a
rebelião. Como assim? Onde ela está? Por que
sumiu? Ai, meu Deus, como mudou. Não, eu
continuo a mesma. Só que até o mesmo se
transforma. E percebe que, guarde isso,
ninguém vai andar ao seu lado. A gente aprende
a caminhar sozinho, pode até ter o auxílio de
alguma mão, um apoio, mas os passos são
dados por você.No meio do caminho, entre
acontecimentos, atalhos e força, você percebe
que precisa abrir uma brecha para a fragilidade
se instalar. E que chorar alivia a alma. Mais do
que isso: abrindo a janela pra fragilidade é que
você descobre o quanto de força ainda resta
para seguir em frente."